terça-feira, 26 de junho de 2012

Exclusivo: Anonymous! As vozes por trás dos atos

             E teve muita gente por aí falando que daria de tudo para conseguir essa entrevista...
          Pois é, Os Apocalípticos conseguiram! Anonymous nos concedeu uma entrevista exclusiva que você confere agora em nosso blog.
          A conversa aconteceu durante a noite de segunda-feira, 18, e foi dirigida por mim, Fábia Sepêda, após entrarmos em contato com o twitter denominado @anonH4, célula hackativista dos Anonymous. Após vasculharem toda a vida do blog e de seus integrantes (e descobrirem mais do que eu mesma sei), eles toparam uma conversa que durou aproximadamente cinquenta minutos através de um programa de computador em que não era possível ver, apenas ouvir. Durante toda a conversa, eu apenas podia diferenciar quem falava pelo tom de voz, porém, em nenhum momento, o grupo se identificou ou respondeu perguntas que pudessem influenciar na descoberta de suas identidades.
            Para quem não soube, os #anonH4 assumiram a autoria dos ataques feitos a alguns sites de empresas no estado na noite de domingo, 17, em que o internauta, ao acessar a página, era redirecionado a uma outra, que continha um vídeo acusatório contra um dos atuais senadores do Pará. Uma das empresas atacadas informou que não prestará ocorrência, porém outras empresas afirmam que estão investigando o caso e que tudo será repassado à polícia para melhores investigações.
        Quando questionado sobre o que pensava dos métodos utilizados pelos Anonymous, o professor de História Rudysson Luis respondeu: "Vejo que é uma forma de expressar a opinião de pessoas preocupadas com a situação que a política paraense se encaminha. É claro, a medida tomada por esses Anonymous é criminosa, mas infelizmente aparenta ter sido a saída para chamar a atenção dos jovens futuros eleitores, principais utilizadores da informática como meio de se informar sobre inúmeros assuntos. E fica um pensamento esperançoso de que estes comecem a ser críticos e reivindiquem direitos como: saúde, saneamento, educação e indignação a corrupção."
            É fato que as opiniões se divergem quanto aos métodos utilizados pelos Anonymous e por isso, eles vêm esclarecer algumas perguntas a você.
              Mas quem são Anonymous e porque eles começam a se direcionar ao nosso estado do Pará? Esse é o fim ou apenas o começo dos ataques? Qual será o próximo alvo dos @anonH4?
             Perguntas essas que deixam qualquer um morrendo pelas respostas. Ficou curioso? Então dá só uma olhada nas respostas que os Anonymous concederam em uma entrevista exclusiva aos Apocalípticos:
                                                                       Edição: Fábia Sepêda
           Nota: Nós, Os Apocalípticos, queremos deixar bem claro aos nossos leitores que a entrevista concedida pelos #AnonH4 ao nosso blog é meramente informativa. Estamos cumprindo com o nosso papel de comunicadores. Não temos vínculos com nenhuma empresa de comunicação e nem com os Anonymous, não fazemos apologia aos seus atos e como vocês mesmos poderão conferir, foram os próprios #AnonH4 que resolveram nos dar a entrevista exclusiva.
               Confiram e tirem suas próprias conclusões Apocalípticas.
                                                                                                                            Texto de Fábia Sepêda

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um toque mais junino

Já estamos no meio do mês de junho e os festejos juninos estão só começando. E em busca de algo diferente, atrativo e tipicamente paraense, Os Apocalípticos encontraram e estiveram presentes na apresentação do Pássaro Junino Tucano com a peça: “Como sofre um coração de mãe”, que aconteceu no SESC Boulevard. Antes de contar o enredo, aqui vai um comentário rápido sobre o que é o Pássaro Junino, pois tenho certeza que você está se perguntando o que é isso.
O Pássaro Junino, também conhecido como melodrama-fantasia, é um teatro popular que acontece no período da festividade de São João, onde histórias com características sociais, desde elações amorosas a conflitos familiares, são encenadas. Os personagens são de variadas classes sociais e o figurino usado pelos atores nos leva à realidade da época apresentada no palco. Em Belém, há diversos Pássaros Juninos em atividade, entre estes, está o Pássaro Tucano.
                                                                                                                                                Foto: Felipe Matheus
Foto: Newton Correa
O elenco reunido agradece ao público
Agora que você já conheceu um pouco sobre esse melodrama-fantasia, é hora de conhecer o enredo da peça. “Como sofre um coração de mãe”, mostra a história da Marquesa Naí de Latier, e sua dedicação a seu marido e seus quatro filhos: Célio, o príncipe mais velho e revoltado; Lucival, o filho mais novo e desaparecido ainda criança; Angela e Júlio, os únicos que ajudam a mãe superar todo esse sofrimento. Além deles, contamos com a alegria do casal de matutos e seu filho, o compadre, um soldado impreciso, uma doce matutinha, a fada, a feiticeira Esmeralda e a Índia Iacy. A peça é dirigida por Iracema de Oliveira com texto de Lorival de Oliveira.
O Pássaro Junino Tucano é mais uma demonstração da arte paraense, com o toque todo especial da música ao vivo ao decorrer da peça. A diretora da peça, Iracema de Oliveira e também guardiã do Pássaro, fala da importância da peça para a população: “O Pássaro Junino Tucano é representado desde 1900 e foi passando por várias gerações, até chegar hoje em dia onde a minha neta é que interpreta o Tucano. Pelo passar do tempo também teve alteração no enredo, especialmente no final. A peça é um traço da cultura paraense e merece ter um destaque melhor. Podemos ver na plateia amigos, antigos participantes da peça, mas também vemos brincantes, outras pessoas que receberam o convite através da mídia, pois sem ela não se tem nada”. A dificuldade de se encontrar espaço físico disponível também foi comentada por Iracema.
Jessé Andrade, estudante de jornalismo na UFPA, interpretou o príncipe Célio e falou como surgiu o convite para fazer parte do Pássaro: “Eu estava fazendo um trabalho no CENTUR quando me perguntaram se eu queria interpretar o príncipe na peça e eu aceitei. Nos ensaios, todos já estavam com seu texto decorado e eu gravei o meu em pouco tempo. Os detalhes do figurino te levam para essa outra época.”
                                                                                                                                                                  Foto: Newton Corrêa
Foto: Newton Correa
Wirlley, Amanda e Adrielson (esquerda à direita)
Alguns atores já participaram de outras peças de teatro, como é o caso de Wirlley Quaresma, estudante de filosofia da UFPA, que interpretou o príncipe Júlio: “Eu já participei de outras e em uma delas eu conheci a Iracema e recebi o convite de participar do elenco do Pássaro Junino.”A importância da mídia na divulgação da peça foi comentada por Adrielson Acácio, estudante da UFPA e intérprete do Marquês: “A mídia é muito importante na divulgação, tanto que este ano eu fiz o cartaz da peça e assim como os outros atores divulgamos nas redes sociais”.
Diego Amador, estudante de ciência da religião, intérprete do marido matuto e Amanda Carmona, professora de dança que interpretou a fada, falaram do valor da peça para a população paraense e da dificuldade de se conseguir espaço e patrocinador, pois isso influencia muito na atividade do Pássaro Junino.
                                                                  Foto: Felipe Matheus
Foto: Felipe Mateus
Raoani Ribeiro e Diego Amador interpretando o casal de matutos
            Raoani Ribeiro, auxiliar de escritório, que interpretou a esposa matuta falou, da sensação de estar no palco e do conhecimento que absorveu. Afirmou que não tem como não se deixar contagiar, não sentir uma emoção ao estar no palco e comenta que com a peça, descobriu muito mais sobre a cultura paraense. Raoani completa falando das dificuldades que ocorrem na valorização da peça “É muito difícil você ensaiar durante três, quatro meses e ter somente três apresentações.


              Dá uma olhada no que rolou:
                                                                                                                           Edição: Fábia Sepêda
         Isso é só um pouco do que é apresentado na peça do Pássaro Junino Tucano.  Ficou com vontade de assistir? Então corre, porque ainda tem mais duas apresentações: dia 22/06, no Teatro Margarida Schivasappa às 19h, e 24/06 no Museu Emílio Goeldi às 19h.
                 Texto de Erica Marques

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ataques Anonymous em Belém

         “Permita nos apresentar como Anonymous, e Anonymous apenas.”
        É assim que se apresentam. Um grupo de pessoas, ou melhor, uma ideia de expressão (como preferem ser chamados) que visa liberdade de expressão e mudança. Bem apocalíptico, não acha?
       Desde 2004, os Anonymous vêm utilizando a tecnologia dessa era para mover o mundo em busca dos seus direitos. E sem dúvida, tiveram sua maior repercussão quando atingiram o site do tão temido FBI. Exatamente aqueles que acabaram com o seu mundo quando fecharam o Megaupload.
     Pois saibam que chegou a vez de Belém do Pará. Foi isso mesmo, meu querido leitor apocalíptico. No final da noite do último domingo (17/06/12) era só no que se falava. Os sites do Centro de Convenções Hangar, Companhia Estação das Docas e da emissora de televisão RBATV saíram do ar, dando lugar a um vídeo que fazia referência a um senador do Pará, já muito conhecido dos noticiários brasileiros. O vídeo de pouco mais que dois minutos, vêm criticando o atual senador do Estado. O conteúdo mostrava acusações e denunciava a manipulação de informações na mídia.
          O “hackeamento” foi rapidamente retirado e recolocado como “Site em manutenção”. Mas se você deu bobeira e perdeu essa, dá só uma olhada no que os Apocalípticos conseguiram exclusivamente para você:

       Quando questionados por os Apocalípticos sobre o motivo de atacarem todos esses sites, a resposta foi simples e direta: “A revolução dos #Anonymous, esse é um dos maiores motivos”.
        Com o decorrer dos “hackeamentos”, o twitter @AnonH4 fazia atualizações e críticas em seus tuítes e prometia que esse era apenas o começo.
        Tem quem seja contra, mas há aqueles que os apoiam até o fim. O que se pode dizer é que já tem muita família por aí achando que vai ser a próxima...  
     E nós ficamos aqui, aguardando o desenrolar dessa nova onda de ataques do tão famoso Anonymous. Ou então você achava que não estaria vivo pra ver um ataque direto a sites e políticos da região, né? Pois é, nem a gente!
                                                                                                                           Texto de Fábia Sepêda

domingo, 17 de junho de 2012

“E o fim está próximo...”

           Nada mais adequado do que o clichê da velha frase bíblica que assusta todo mundo quando o assunto é o fim dos tempos para trabalhar no início da nossa “web carreira”: O fim está próximo! – E é verdade.
Não, eu não estou falando sobre um supertsunami que vai afundar o planeta inteiro, e menos ainda aproveitando as predições do calendário Maia para falar do desmoronamento da crosta terrestre como o filme “2012” retrata. Muito pelo contrário, minha gente, o fim do mundo a que me refiro não vem de Hollywood e muito menos dos pergaminhos assombrados escritos pelas civilizações pré-colombianas. Ele está perto de nós, e tem convivido conosco diariamente, mesmo que contra nossa vontade...
Ainda não sabem de quem estou falando? Simples. Ninguém mais, ninguém menos do que nosso amaríssimo inimigo arrumado em sigla: B.R.T.!
        Aposto que seu coração até acelerou ao ver estas três letras que, juntas, representam definitivamente o caos na região metropolitana de Belém. Quer uma prova? Olha só:
                                                                                                                                               Foto: Newnton Corrêa 
Entrevistamos algumas pessoas para saber o que elas acham sobre as obras feitas para o nascimento do internacional Bus Rapid Transit (ou “B.R.Tzinho”, para os íntimos) e elas concordam em pelo menos uma coisa: o BRT é, de longe, a obra mais APOCALÍPTICA dos últimos tempos!
A estudante de Engenharia Química, Isabel de Oliveira, mora na Cidade Nova e faz faculdade no centro. De tarde, tem estágio no bairro do Mangueirão, e por isso passa quase 3 horas por dia nos congestionamentos da cidade: “Você imagina como é sair de casa às 6 da manhã para chegar à faculdade às 8? E ir pro estágio então? É uma batalha! Chego todos os dias em casa destruída!”
E assim como Isabel, o senhor Reginaldo Barros, que é instrutor de auto-escola diz que em seus 15 anos de profissão nunca viveu um período tão tenso para dar aulas: “O trânsito está uma confusão, e confunde a gente também, e principalmente nossos alunos”.
A verdade é uma só: O projeto e as obras de implantação do BRT estão causando um problema sério em nossa cidade. Agora já se fala em rodízio. Veículos com placas de determinados anos sairão em dias alternados para evitar a sobrecarga de automóveis nas ruas. Mas será que privar os cidadãos de usar seus carros é mesmo a forma mais adequada para a fluidez do trânsito na capital? Ainda não está estabelecido o funcionamento do rodízio, mas de pronto não seria uma opção justa. Tentamos ainda entrar em contato com representantes da empresa responsável pela obra, mas quando indagados sobre o caso, sua resposta é sempre a mesma: “Não temos autorização para falar sobre o assunto”.
As medidas paliativas tomadas para ajustar o confuso trânsito não estão sendo eficientes.  Sempre há uma placa que não alerta, um sinal que não funciona e até ruas que foram alongadas recentemente, como no caso da travessa Tavares Bastos que seria usada como saída para as chamadas Rotas Alternativas, agora estão interditadas. Isso sem falar nos ilustres Barack Obama e ROBOCOP que andam segurando algumas bandeirinhas por aí...
No final das contas, o canteiro de obras que está em toda parte é em prol de uma boa causa: o término do congestionamento em Belém. Ainda que saibamos que ele sozinho não acabará de vez com os quilométricos engarrafamentos, o que continua sendo uma utopia. Esperamos que o “BRTzinho” cumpra seu propósito e, enquanto isso, vamos nos acostumar a ficar no ônibus lotado, às 2 da tarde por exemplo, com um calor de quase 40 graus, em um pequeno congestionamento que não faz mal a ninguém... C’ést la vie!
 Nós, os Apocalípticos, fomos às ruas para conferir a opinião dos usuários e mostrar o que a obra tem causado em Belém.
                                                                                                                    Edição: Fábia Sepêda
                              
                                                                                                                            Texto de Geovany Dias

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A sinestesia do Compositor das Américas

                                                                                                                                                                                 Foto: Emanuele Corrêa
         Um local onde se usam todos os cinco sentidos para apreciar e conhecer nada mais nada menos que Heitor Villa-Lobos, também conhecido como Compositor das Américas.
          Não, não estou falando do Museu Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Falo da “Exposição Viva-Villa! Pelo Brasil!”, que está aberta à visitação na Estação das Docas, Belém do Pará, até o dia 20 de junho. Um evento que nossa equipe não poderia deixar de lado.
        Tudo começou no Rio de Janeiro, em 2001. Documentos, fotos, filmes DVDs e VHSs não eram mais expostos ao público no Museu Villa Lobos devido aos danos das peças, foi aí que perceberam que estava mais do que na hora de começar um processo de recuperação do acervo. A partir daí, descobriram arquivos inéditos do maestro e decidiram montar essa exposição que chegou aqui, em nossa capital.
        Inaugurada no dia 24 de maio, a “Exposição Viva-Villa! Pelo Brasil!” já atraiu milhares de visitantes e é um show de sinestesia. Você lê, vê, escuta e assiste a diversos materiais que vão construindo a história do artista ao longo do caminho.
        Para entrar, não precisa pagar nada, é só assinar uma lista informando nome e cidade de origem (e até nisso nossa equipe foi apocalíptica: a cinegrafista da vez, Emanuele Corrêa, assinou como visitante de número 4000, mas não, não caíram balões e confeites para comemorar!). Nesta exposição, você pode usufruir de um sistema de monitoramento realizado aqui no Pará por participantes da Fundação Carlos Gomes.
                                                                                                                                      Foto: Emanuele Corrêa
           A primeira coisa que se vê é um painel no qual o visitante se situa no contexto histórico em que Villa-Lobos nasceu. Porém, o mais interessante é o cuidado visual que se teve ao criar o painel. Por quê? Preste atenção nas sombras dos círculos que contém as datas: simbolicamente elas formam notas na partitura do painel. 
          E essa é apenas a primeira de muitas simbologias visuais que você vai ver!
                                                                                                                                                                                  Foto: Emanuele Corrêa
        Por exemplo, estávamos acompanhando a sequência histórica da vida de Villa-Lobos quando, de repente, chegamos em frente a um espaço no qual iríamos fazer um pequeno “desvio de percurso”: conheceríamos, agora, um pouco da Semana Moderna de 22, ou como a forma do espaço sugere e o monitor Daniel Lima, estudante de Bacharelado em Violino do convênio FCG/UEPA, observou: fazer um pequeno “parêntese”. 
                                                                                                                                                                                    Foto: Tarcízio Macêdo
        O que mais se destaca na exposição é o Trenzinho Caipira, uma instalação magnífica homônima de uma das músicas mais conhecidas de Villa-Lobos. Esse trem é composto de 4 vagões nomeados por alguns lugares que a música do maestro passou e marcou. Eles são: Sertão, Paris, Amazônia/Brasil e América. Cada vagão tem um design diferente e os visitantes podem sentar no local e ver a jornada do Compositor das Américas.                                                                             O espaço é também um local para relaxar e aproveitar como lazer, tanto em família, como a Beatriz Coelho, de 8 anos, que levou a avó, Cândida, quanto sozinho, como fez Raimundo Amador de Oliveira, que estava lá comemorando seu aniversário de 79 anos. “Se não podia ser na minha casa, preferi vir pra cá”, disse.
       “E qual é a importância disso tudo?”, você pode estar se perguntando. É importante porque é conhecer a nossa realidade e cultura através da expressão artística de Villa-Lobos. Até porque “a música, como a gente sabe, desenvolve o potencial da pessoa em nível geral”, como disse a professora de música da Universidade da Amazônia (UNAMA), que levou também a família.
       Não perca a chance de visitar esse evento. Se já conhece Villa-Lobos, visite para apreciar e conhecer ainda mais. Se ainda não conhece, está esperando o quê?
      A visitação fica aberta de 12h às 21h, no Armazém 3 da Estação das Docas até o dia 20 de junho. Entrada franca.
         Ah, nas quartas-feiras, rola também uma apresentação musical lá. Vale a pena conferir!
                                                                                                                 Texto de Alice Martins Morais

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Belém de Pavulagem! 25 anos!

Mais uma vez, nestes 25 anos, o Arraial do Pavulagem saiu às ruas de Belém. Segundo domingo de junho e o primeiro em que o Arraial, com o seu famoso “Arrastão”, levou a multidão ao delírio.
A concentração foi na “escadinha” da Estação das Docas. Desde as 8h os brincantes já esperavam o boizinho, que vinha de barco pelas águas da baia do Guajará.
Enquanto ele não chegava, o Pavulagem tocava e cantava e centenas de pessoas, que já se aglomeravam, ensaiavam os seus passinhos ao ritmo de boi!
A própria concentração já foi um show à parte: enquanto as músicas “esquentavam” para sair o cortejo, os pernaltas já se preparavam e deslumbravam quem atenciosamente esperava!
O barquinho se aproximava! O boizinho chegou! Os mastros de São João foram levados. A multidão, cantando e dançando, seguia o cortejo que subia a Presidente Vargas a caminho da Praça da República, local onde originalmente o grupo nasceu, ainda quando contava com apenas as alegorias dos boizinhos nas talas, mas que já envolviam os brincantes e já levavam a cultura do Pará a ser difundida!
                                                                                                                       Fábia Sepêda/Apocalípticos
              
                 E mais um ano o boi sai arrastando milhares de pessoas pelas ruas de Belém
O grupo completa 25 anos e todo mundo já ouviu falar em Pavulagem, tanto quem é da “terrinha” quanto quem é de fora dela, como por exemplo o casal de Florianópolis, João Sérgio e Maria Janete Santana (pais de Felipe Santana, Repórter do Fantástico. E, como prometemos, “beijonoombro” do Felipe, diretamente de Belém do Pará ao Rio de Janeiro), que vieram a Belém visitar uns familiares e aproveitaram a estadia para conhecer os encantos da cidade e, a pedido do seu João, dona Maria o acompanhou para conhecerem o Arrastão do Pavulagem!
                                                                                                                        Lidia Saito/Apocalípticos
              
               “Estamos gostando muito do Arraial do Pavulagem. Isso é muito contagiante!” - João Santana
E o Pavulagem continuava o seu percurso. No caminho (desde a sua concentração até o fim), encontramos de tudo.
Falamos com a equipe da Cruz Vermelha, ainda na concentração, sempre presente nesses eventos em que muitas pessoas se juntam, pensando na segurança e saúde de quem está aí para se divertir.
Eles posaram para a foto dos Apocalípticos, olha só!
                                                                                                                      Emanuele Corrêa/Apocalípticos
Tarcisio Moraes, Amarildo Borges, Hugo Ramos e Leandra Souza - Cruz Vermelha
Encontramos também vários graduandos, principalmente da Universidade Federal do Pará, que, já pensando em suas formaturas, estavam lá, vendendo água, refrigerante e aproveitando o Arrastão para se divertirem.
                                                                                                                          Fábia Sepêda/Apocalípticos
Alunos do curso de Engenharia Sanitária Ambiental da UFPA
                                                                                                                                      Emanuele Corrêa/Apocalípticos
Alunos do curso de Biologia da UFPA
                                                                                                       Lidia Saito/Apocalípticos
Alunos do curso de Fisioterapia da UFPA
E até quem é paraense, como Silvana Brito, 44 anos, mas ainda não tinha ido prestigiar o arraial, resolveu sair de casa e aproveitou para levar as filhas Luanna, 8, e Lorena, 16.
Confere aí o que ela disse aos Apocalípticos:
“É a primeira vez que nós viemos ao evento, mas já ouvíamos falarem muito bem e há muito tempo. Então, hoje, criamos coragem, até porque, além de dispor de tempo, havia a questão da preocupação com a segurança minha e das minhas filhas e viemos. Estamos conhecendo e adorando tudo.
Para quem nunca viu, é muito importante, pois somos paraenses e ainda não conhecíamos de pertinho o evento, e nada melhor que prestigiar nesses 25 anos de Arraial do Pavulagem”.
                                                                                                                         Fábia Sepêda/Apocalípticos
Silvana (centro) com as filhas Luanna (à esquerda) e Lorena (à direita) na 25ª edição do Arrastão
  Lorena, estudante do convênio, também nos deu uma palavrinha:
“Eu gostei muito, achei super divertido e bem regional, algo que realmente sentimos falta ao longo do ano, até porque vemos cultura de outros lugares e países sendo tão valorizadas que às vezes a nossa própria é esquecida, então o Pavulagem faz esse resgate e isso é muito bacana”, afirmou a estudante e frisou que prestará vestibular para Jornalismo.
  E quem Os Apocalípticos encontraram na Praça, de chapéu e mastro nas mãos? Edmilson Rodrigues, Deputado estadual (PSOL), e ele também falou com a gente!
                                                                                           Fábia Sepêda/Apocalípticos
"Um povo, para pensar o futuro, há de ter uma identidade cultural, e reconhecer-se nessa dimensão cultural é fundamental!"
Ei, calma!!!!
Ainda não acabou. E, como não poderia deixar de ser, os Apocalípticos foram conferir o que rolou, dá uma olhada e fique com o gostinho do que foi o Arraial.
                                                              Fábia Sepêda/Apocalípticos
E lembrando: esse foi só o primeiro. Domingo que vem tem mais. 
Olhe as datasArraial do Pavulagem nos domingos de junho, 10, 17 e 24, e no primeiro domingo de julho, 01.
                                                                                            Texto de Emanuele Corrêa

domingo, 10 de junho de 2012

Lugar de mulher é onde ela quiser!

                                                                                      Emanuele Corrêa/Apocalípticos
Concentração dos manifestantes na escadinha do Cais do Porto, em Belém do Pará 
A segunda edição da Marcha das Vadias atraiu uma multidão para o centro de Belém. Com o tema "Lugar de mulher é onde ela quiser", o encontro reuniu centenas de pessoas, em sua maioria mulheres, e vários coletivos feministas, como a Marcha Mundial das Mulheres, Mulheres em Luta e o Movimento Juntas. No último domingo, 27, os manifestantes saíram da escadinha do Cais do Porto, ao lado da Estação das Docas, por volta das 10h30. A multidão, que estava concentrada desde as 9h, seguiu pela Avenida Presidente Vargas até o Theatro da Paz.
A Marcha das Vadias, que teve sua primeira edição realizada no ano passado, foi inspirada no SlutWalk, movimento pacífico mundial que surgiu em Toronto, no Canadá. Após diversos casos de abuso sexual contra mulheres na universidade da cidade, um policial disse que elas deveriam parar de andar como vadias se não quisessem ser estupradas. Assim, mulheres de diversos países resolveram sair às ruas para protestar contra a declaração da autoridade.
         Segundo Lorena Abraão, uma das líderes da manifestação em Belém, o argumento do policial revela que, na sociedade machista, a mulher é ensinada a não ser estuprada, ou seja, a vítima passa a ser culpada ao invés do criminoso.
      "A nossa luta é todo o dia. Somos mulheres e não mercadoria", gritavam as militantes e membros dos coletivos durante a marcha. Cartazes como "Sou filha da luta" e "Eu quero tchu, tcha, ser livre" marcaram o protesto.
                                                                                                    Hojo Rodrigues/Apocalípticos
 
Manifestantes fazem passeata pelos direitos das mulheres
            A integrante do movimento Mulheres em Luta, Gizelle Freitas, explicou como a Marcha das Vadias é organizada hoje no Pará. "A marcha é constituída de vários coletivos. Mas, há mulheres que não fazem parte de nenhum coletivo e que estão aqui como participantes, dando apoio à luta". Gizelle aproveitou a oportunidade e deixou um recado para a sociedade machista: "Tirem seu machismo do caminho, pois nós vamos passar com a nossa liberdade".
            Viviane Reis, que faz parte da comissão organizadora do coletivo Junta, disse que a marcha tem grande importância para a sociedade em geral, pois tem o objetivo de mostrar que as mulheres ainda são discriminadas, e precisam ser respeitadas e lutar pelos seus direitos.
            No evento, as jovens do grupo Rainhas do Burlesco, caracterizadas de personagens femininas que se destacaram em suas épocas, animavam e chamavam a atenção do público. Maria Hortência Brito, disse se sentir bem ao representar a personagem Carmen Miranda. Segundo ela, a figura da personagem é importante na luta das mulheres. "Quando me convidaram para participar da comissão, caracterizada de Carmen Miranda, eu aceitei e pesquisei sobre a vida da personagem e achei muito interessante. Foi uma mulher corajosa que enfrentou o forte machismo da sociedade de sua época", disse ela.
            Hortência, que participou da marcha pela primeira vez, disse ainda que o movimento luta não apenas pelos direitos das mulheres, mas por causas gerais. Por isso, ela prefere chamar de "marcha da liberdade".
Outras personagens, como Marilyn Monroe, Frida Kahlo, Iracema, Maria Madalena, Betty Broadbent e Dercy Gonçalves, davam um ar de elegância em meio ao protesto.
            Dayane Gonçalves, integrante da Enecos-Pa (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social), disse que executiva de curso tem o papel de apoiar a mulheres na luta contra o machismo. "O papel da Enecos na Marcha das Vadias extrapola o apoio estudantil aos coletivos nacionais e estaduais que lutam contra o machismo”, afirmou.
                                                                                                                           Emanuele Corrêa/Apocalípticos
 
Manifestantes exibem faixas de apoio aos direitos das mulheres
           Figura marcante na luta político-social feminista, a ex-senadora Marinor Brito (PSOL-PA) esteve presente na marcha que atraiu, também, alguns homens que estão a favor da luta das mulheres contra o machismo e a discriminação.
Vestido com trajes femininos, o participante José Sena, 29 anos, disse que o homem tem grande importância na luta das mulheres, para o equilíbrio da sociedade. "O homem pode ajudar a mudar esse estilo de comportamento na sociedade que discrimina. Somos todos iguais.", afirmou ele.
            Segundo o estudante universitário Rodrigo Queiroz, 23 anos, para uma sociedade justa o homem não deve ser machista, pois assim não haverá democracia e liberdade. "Mais do que nunca, o homem deve apoiar as reivindicações das mulheres, pois ele é protagonista no papel de anunciar o modelo político-social a ser seguido pela sociedade", explicou.
            Tatiana Vieira, 35 anos, participou da marcha pela primeira vez e gostou do evento, mas, disse que poderia ser melhor. "Gostei muito. Mas vieram poucas pessoas. Poderia ser melhor se viessem mais pessoas", opinou ela. Para Tatiana, a marcha tem a importância de sensibilizar as pessoas para mostrar que a mulher deve ser livre e conquistar o espaço que merece ou deseja ter na sociedade. Ela ainda disse estar se organizando politicamente.
         A marcha chegou ao Theatro da Paz por volta das 12h15. Em frente ao teatro, uma multidão formou um círculo e, ao centro, as personagens do grupo Rainhas do Burlesco apresentaram uma coreografia e convidaram o público para dançar.
             Os Apocalípticos marcaram presença e trazem mais informações sobre a segunda edição da Marcha das Vadias em Belém do Pará.
              Dá uma olhada no que rolou:
                                                                                                                   Fábia Sepêda/Apocalípticos

                    Errata/Nota: Onde lê-se, no vídeo, Eliane Abreu, é, na verdade, Viviane Reis. Desculpe-nos pelo transtorno, agradecemos a atenção.
 Texto de Hojo Rodrigues