sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia da Mulher: a luta por trás das rosas


Foto colegioecologia.com.br
Hoje se comemora o Dia Internacional da Mulher. Dia de dar flores e chocolates para as integrantes do sexo feminino, certo? Errado. Na verdade, o Dia Internacional da Mulher é marcado por um fato histórico que muitos desconhecem. Tudo começou no dia 8 de março de 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos, ao fazerem greve por condições melhores de trabalho, foram reprimidas violentamente. Por volta de 130 tecelãs morreram trancadas dentro da fábrica, que foi incediada. 53 anos depois, em uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que em homenagem a essas mulheres o 8 de março seria o Dia Internacional da Mulher, data oficializada pela ONU em 1975.
De lá para cá, porém, o sentido do 8 de março parece ter sido distorcido. A intenção não era comemorar, como se faz por muitos hoje em dia, mas discutir o papel da mulher na sociedade e lutar pela igualdade de gênero. Felizmente, existem organizações que não esqueceram e nem esquecem o significado.
Em nível internacional, temos o exemplo da organização Girl Up, com sede em Washington (EUA). É uma campanha inovadora dentro da Fundação das Nações Unidas. Seu propósito é dar às garotas norte-americanas a oportunidade de se tornarem líderes globais e canalizar sua energia e compaixão para desenvolver consciência e fundos para os programas da ONU que ajudam algumas das adolescentes mais difíceis de alcançar no mundo, principalmente aquelas em países extremamente machistas, como alguns da Ásia, da África e da América Latina.
Esse é um programa que faz parte do ONU Mulheres, a facção das Nações Unidas criada antes tarde do que nunca (inaugurada em 2010) que trabalha em prol da igualdade de gênero e do empoderamento das mulheres.
O foco do Dia Internacional da Mulher neste ano, para a ONU, é a eliminação da violência contra mulheres. Por isso, o Secretário-Geral Ban Ki-moon deixou o seguinte recado, em sua mensagem de hoje: “Olhe para as mulheres que o cercam. Pense naquelas queridas por sua família e sua comunidade. E entenda que há uma probabilidade estatística de que muitas delas tenham sofrido violência durante sua vida”.
É com essa linha de pensamento, que aqui mesmo, em Belém do Pará, criou-se, o GEPEM - Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida de Moraes, em homenagem à escritora paraense. O projeto faz parte da Universidade Federal do Pará e foi fundado em 1994, pelas mesmas professoras que hoje são as coordenadoras: professoras doutoras Maria Luzia Miranda Álvares (FACS/IFCH/UFPA) e Eunice Ferreira dos Santos (ICED/UFPA). O grupo tem o propósito de ser integrante no processo de reflexão crítica para a formação acadêmica, educacional e social. Um dos pontos interessantes é que o GEPEM é transdisciplinar, ou seja, engloba todas as áreas de conhecimento e reúne pesquisadoras(os) e docentes de todos os cursos e de várias proveniências, não apenas da UFPA.
O GEPEM tem 5 linhas de pesquisa: Mulher e Participação Política; Mulher, Relações de Trabalho, Meio Ambiente e Desenvolvimento; Gênero, Identidade e Cultura; Gênero, Arte/Comunicação, Literatura e Educação; Gênero, Saúde e Violência.
Um projeto cultural que se destaca do GEPEM é a Casa da Escritora Paraense (CASAEPA), uma instituição sem fins lucrativos destinada a ser um centro de memória com a finalidade de guardar, preservar e divulgar a obra intelectual e literária (édita e/ou inédita) das/sobre escritoras paraenses. Assim também peças documentais de natureza diversa que pertenceram ou que sejam relacionadas a essas literatas. Esse material é obtido na linha de pesquisa Gênero, Arte/Comunicação, Literatura e Educação.
 Dessa forma, trabalhos como o do GEPEM contribuem para a compreensão do universo do sexo feminino e para a criação de medidas que possam ser postas em prática por organizações como a ONU Mulheres, quem sabe. E aí, talvez, um dia realmente haja igualdade de gênero e todos percebamos que o 8 de março vai muito além das rosas.

Visite os sites dos grupos falados neste texto:
·                    Girl Up: www.girlup.org
·                    Onu Mulheres Brasil: www.onu.org.br/onu-no-brasil/onu-mulheres
·                    GEPEM/UFPA: www.ufpa.br/projetogepem

Texto: Alice Martins Morais
Revisão: Erica Marques
Edição: Juliana Theodoro

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