Dia 2 de fevereiro
de 2014, próximo domingo, o time paraense Paysandu Sport Club completa 100
anos. Muito tem acontecido no clube neste mês que antecede seu centenário. Uma
das coisas de maior destaque foi a recente chegada do jogador brasiliense, Héverton
Durães, ao time de futebol profissional. Cerca de dez dias depois de sua
chegada a Belém, ele teve uma conversa com o blog Os Apocalípticos, na qual falou um pouco de seu passado, do seu
presente e do seu futuro, mostrando para nós um pouco do que é ser jogador de futebol e deixando um recado para
quem quer seguir a carreira.
Como
tudo começou –
Héverton Durães Coutinho Alves nasceu em 28 de outubro de 1985, na capital do
país, Brasília. Seguindo a tradição da nação, ele começou a jogar futebol
quando criança, por diversão. Ainda no Distrito Federal, quando morava na
região administrativa de Samambaia, começou a se destacar entre os colegas pela
habilidade e pela velocidade. A partir daí, as coisas foram crescendo e
acontecendo naturalmente. O desejo de jogar futebol veio desde essa época, mas
“você não tem muita noção quando é bem criança, você não tem noção do que é
jogar futebol”, contou.
“...eu dei por mim mesmo quando estava num
time de ponta”
Héverton no início da carreira, quando
jogava pelo time de Campinas,
o Guarani (2002-2005).
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Iniciou na profissão no Jaguar
F.C. e seguiu para o Guarani, de Campinas (SP). Em 2005 foi para Turquia, jogar
pelo time Ankaragücü e voltou em 2006, seguindo para o Ponte Preta, também em
Campinas.
Obtendo destaque na Série B de
2007, acabou entrando para o Corinthians (SP) e, um ano depois, seguiu para o
Vitória e no mesmo ano foi para o Portuguesa, onde, com idas e voltas,
permaneceu até ano passado.
Durante esses cinco anos no
clube, Héverton deu umas "escapadas": fez 7 jogos para o Atlético
Paranaense e 37 jogos para o time sul-coreano Seongnam, no qual conquistou a
Copa da Coreia do Sul de 2011.
Neste mês, o Papão anunciou sua
contratação para a disputa da Série C.
“...o meu dia é
basicamente pra jogar futebol mesmo.”
A vida do jogador
de futebol – “Você
tá numa cidade e de repente tem que ir embora pra outra; não consegue fazer
amizades tão verdadeiras, tão duradouras, como normalmente as pessoas que têm
uma vida normal conseguem em seu cotidiano”, revelou Héverton ao contar como é
a vida na profissão. Apesar das dificuldades de conviver com pessoas tão
diferentes e com tantas mudanças, o jogador contou que encara isso tudo como um
aprendizado. A dificuldade que realmente impactou a vida dele durante a
trajetória foi a distância que teve que manter de sua família para poder jogar
profissionalmente.
Desde
o início da carreira, Héverton, assim como qualquer um que inicie no esporte
profissional, teve que manter uma alimentação saudável e uma rotina de muitos
treinos, sem muito tempo para fazer outras atividades.
Apesar
disso, o novo meia do Paysandu contou que chegou a cursar o primeiro ano da graduação
em Administração, mas resolveu focar somente no futebol, até porque, na época,
ele já estava jogando no exterior.
“...sei que daqui
a pouco isso vai acabar, sei que daqui a pouco vai ser bem difícil parar”.
O
futuro (dele e do futebol) – Héverton
encara que uma das coisas mais importantes para um jogador de futebol é ter
consciência da brevidade da profissão. Esse, inclusive, é um dos recados que
ele dá para quem quer se tornar um futebolista.
Ele diz também que o objetivo
maior de um jogador de futebol tem que ser conquistar para dar alegria aos fãs
e aos familiares. Destacou que, no Brasil, é possível ter uma boa condição
financeira, mas quem quer seguir carreira “tem que ter consciência de que isso
aqui também é passageiro, que é só uma profissão, que você não é nada mais que
um ser humano normal. Não deixando ser influenciado por outras pessoas, pela
mídia, pela televisão, e conseguir levar uma vida normal após o futebol também”.
Quanto ao próprio futuro,
contou, por fim, que quando se aposentar quer “construir uma estrutura familiar
e conseguir levar pra frente a minha vida com a minha família”.
Quanto ao futuro do futebol,
disse: “eu apoio sempre todos os meninos que estão subindo, estão crescendo e,
se tiver um sonho, acho que tem que seguir suas ambições e ser bem feliz na
profissão”.
Texto
de Alice Martins Morais
Revisão:
Erica Marques
Edição:
Juliana Theodoro
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