sábado, 1 de fevereiro de 2014

Conversa com Héverton, do centenário Paysandu


Dia 2 de fevereiro de 2014, próximo domingo, o time paraense Paysandu Sport Club completa 100 anos. Muito tem acontecido no clube neste mês que antecede seu centenário. Uma das coisas de maior destaque foi a recente chegada do jogador brasiliense, Héverton Durães, ao time de futebol profissional. Cerca de dez dias depois de sua chegada a Belém, ele teve uma conversa com o blog Os Apocalípticos, na qual falou um pouco de seu passado, do seu presente e do seu futuro, mostrando para nós um pouco do que é ser  jogador de futebol e deixando um recado para quem quer seguir a carreira.

Foto oficial do meia Héverton (Foto: Divulgação Paysandu Sport Club)

Como tudo começou – Héverton Durães Coutinho Alves nasceu em 28 de outubro de 1985, na capital do país, Brasília. Seguindo a tradição da nação, ele começou a jogar futebol quando criança, por diversão. Ainda no Distrito Federal, quando morava na região administrativa de Samambaia, começou a se destacar entre os colegas pela habilidade e pela velocidade. A partir daí, as coisas foram crescendo e acontecendo naturalmente. O desejo de jogar futebol veio desde essa época, mas “você não tem muita noção quando é bem criança, você não tem noção do que é jogar futebol”, contou.

 “...eu dei por mim mesmo quando estava num time de ponta”

Héverton no início da carreira, quando
 jogava pelo time de Campinas, 
o Guarani (2002-2005). 
A trajetória – Sempre com um apoio muito grande da família, o jogador de 28 anos construiu uma carreira que passou por vários times e locais, inclusive pela Turquia e pela Coréia do Sul.
Iniciou na profissão no Jaguar F.C. e seguiu para o Guarani, de Campinas (SP). Em 2005 foi para Turquia, jogar pelo time Ankaragücü e voltou em 2006, seguindo para o Ponte Preta, também em Campinas.
Obtendo destaque na Série B de 2007, acabou entrando para o Corinthians (SP) e, um ano depois, seguiu para o Vitória e no mesmo ano foi para o Portuguesa, onde, com idas e voltas, permaneceu até ano passado.
Durante esses cinco anos no clube, Héverton deu umas "escapadas": fez 7 jogos para o Atlético Paranaense e 37 jogos para o time sul-coreano Seongnam, no qual conquistou a Copa da Coreia do Sul de 2011.
Neste mês, o Papão anunciou sua contratação para a disputa da Série C.

“...o meu dia é basicamente pra jogar futebol mesmo.”

A vida do jogador de futebol – “Você tá numa cidade e de repente tem que ir embora pra outra; não consegue fazer amizades tão verdadeiras, tão duradouras, como normalmente as pessoas que têm uma vida normal conseguem em seu cotidiano”, revelou Héverton ao contar como é a vida na profissão. Apesar das dificuldades de conviver com pessoas tão diferentes e com tantas mudanças, o jogador contou que encara isso tudo como um aprendizado. A dificuldade que realmente impactou a vida dele durante a trajetória foi a distância que teve que manter de sua família para poder jogar profissionalmente.
Desde o início da carreira, Héverton, assim como qualquer um que inicie no esporte profissional, teve que manter uma alimentação saudável e uma rotina de muitos treinos, sem muito tempo para fazer outras atividades.
Apesar disso, o novo meia do Paysandu contou que chegou a cursar o primeiro ano da graduação em Administração, mas resolveu focar somente no futebol, até porque, na época, ele já estava jogando no exterior.

“...sei que daqui a pouco isso vai acabar, sei que daqui a pouco vai ser bem difícil parar”.

O futuro (dele e do futebol) – Héverton encara que uma das coisas mais importantes para um jogador de futebol é ter consciência da brevidade da profissão. Esse, inclusive, é um dos recados que ele dá para quem quer se tornar um futebolista.
Ele diz também que o objetivo maior de um jogador de futebol tem que ser conquistar para dar alegria aos fãs e aos familiares. Destacou que, no Brasil, é possível ter uma boa condição financeira, mas quem quer seguir carreira “tem que ter consciência de que isso aqui também é passageiro, que é só uma profissão, que você não é nada mais que um ser humano normal. Não deixando ser influenciado por outras pessoas, pela mídia, pela televisão, e conseguir levar uma vida normal após o futebol também”.
Quanto ao próprio futuro, contou, por fim, que quando se aposentar quer “construir uma estrutura familiar e conseguir levar pra frente a minha vida com a minha família”.
Quanto ao futuro do futebol, disse: “eu apoio sempre todos os meninos que estão subindo, estão crescendo e, se tiver um sonho, acho que tem que seguir suas ambições e ser bem feliz na profissão”.

Texto de Alice Martins Morais
Revisão: Erica Marques
Edição: Juliana Theodoro

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