sábado, 12 de janeiro de 2013

Belém da memória


                                                                        Imagem da internet
Morena dos cabelos pretos, lisos e longos. Morena da pele de barro molhado, dos olhos cor de manga. A morena que já foi sinhá e madame famosa, que se vestiu da seda mais delicada e usou das pedras mais bonitas. Senhora que já viu seus filhos lutarem por ela; e morrerem em seus braços.
        Tuas praças, tuas florestas, teus lindos campos, teus bosques cheios de vida, teus casarios marcados pelo tempo, teu calor escaldante e tua chuva das 14, 15, 16, de toda hora. Cada canto é um retrato da história. Cada história, um pouco de ti.
          Essa cidade, a nossa tão formosa Belém, é repleta de belezas e encantos que muito prendem os olhos e os corações, desde aqueles que a veem pela primeira vez até os mais habituados à paisagem. Uma cidade de uma riqueza histórica imensa! São preditos, palacetes, casas, igrejas, monumentos que são como ornamentos vindos de outros tempos para ataviar essa senhora de quase 400 anos! Quem nunca, passeando pelo centro histórico, contemplando as maravilhas erigidas outrora, viu com êxtase as volutas, os detalhes, os símbolos, a delicadeza, a perfeição? Uma cidade assim, de valor tão grande, merece (não apenas em seu aniversário, mas sempre) uma constante evocação do seu passado. A fim de que sua memória não fique perdida e se desfaça entre as novas e instantâneas construções que se erguem, hoje, na cidade que chove mangas.
         Neste sábado, 12 de janeiro, nossa queridíssima e amada Belém envelhece mais um pouco. São 397 anos (tá ficando velha hein) de uma história repleta de conquistas e derrotas. Tudo isso, evidentemente, graças aos esforços incansáveis (cof, cof) dos departamentos competentes que trabalham dia após dia com o intuito de aliviar e amenizar os sofrimentos naturais do nosso povo. Povo este que é bom de temperamento, generoso por natureza, e está sempre disposto a colaborar; com um sorriso de saudável estoicismo, para o aumento constante do nosso produto nacional bruto. E para comemorar os 397 anos dessa nortista gostosa, que até Manuel Bandeira queria bem, Os Apocalípticos inicia uma série de matérias especiais, para mostrar e contar um pouco mais de Belém, por meio da sua história, presente em cada monumento arquitetônico com que o tempo nos presenteou. E, cá entre nós, de Belém nós entendemos. Fiquem de olho!

Texto: Tarcízio Macêdo e Sérgio Ferreira.

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