Sexta-feira, 29, foi
o dia nacional da visibilidade lésbica e Belém se integrou às demais capitais
brasileiras que ofereceram programação especial em alusão à data.
Organizado pelo
projeto “Luz da Diversidade”, do movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) do Pará, em parceria com a
Secretaria de Estado de Justiça de Direitos Humanos (Sejudh) e outras
instituições, o evento aconteceu na praça da caixa d’agua de ferro, no bairro
de São Brás.
Durante a programação foram disponibilizados testes gratuitos
de HIV e de Hepatites B e C. Os testes aconteciam de maneira rápida e no caso
do teste do HIV, dois procedimentos foram adotados. O primeiro era o teste
tradicional, onde se fura o dedo da pessoa e usa-se o sangue coletado para a
testagem. O outro procedimento é o de fluído oral, feito com o auxilio de um
kit, que contém um bastão, uma bandeja coletora e duas soluções; caso no teste
apareça uma linha rosa, o resultado é negativo, se aparecerem duas linhas cor
de rosa, o teste é positivo para HIV.
“Hoje a Associação de
livre escolha de Ananindeua (ALESSA), por meio do projeto ‘Viva melhor sabendo’,
vem fazendo a testagem do HIV e, dentro da visibilidade lésbica, há a orientação
às lésbicas, discutindo a prevenção, etc. Há também o projeto ‘meninas da noite’
e o ‘caravana da diversidade’, onde assistimos filmes e depois discutimos a
temática”, pontuou Heloisa Freitas, coordenadora da Associação de Livre Escolha
Sexual de Ananindeua.
Heloisa Freitas, coordenadora da Associação de livre escolha sexual de Ananindeua, ALESSA. |
Ao longo da
programação foram disponibilizados 40 kits de testes com o resultado após 15
minutos, e com encaminhamento imediato a Casa dia, caso a pessoa apresentasse,
no teste, um resultado positivo para o HIV. A partir de dezembro deste ano, este
kit estará disponível a venda nas farmácias, podendo, assim, ser realizado
periodicamente em casa.
Caixa d’água de ferro iluminada com as cores da bandeira LGBT. |
Para chamar atenção
da população à causa do movimento LGTB, a caixa d’água de ferro foi iluminada,
permanecendo colorida a noite toda com as cores do arco-íris, que representa a
bandeira do movimento LGBT. “Essa ação visa chamar atenção da população para
homofobia sofrida pelas mulheres lésbicas e bissexuais, que é diferente da
sofrida por gays, travestis. A violência com elas acontece, principalmente, por
meio do ‘estupro corretivo’, pois o agressor acha que fazendo isso vai
transformá-la em hétero. Nós buscamos a equidade e é importante que neste dia
tenhamos a atenção para elas, que são vitimadas por serem mulheres e por serem lésbicas
/ bissexuais. Queremos combater a violência”, disse Rafael Ventimiglia, coordenador
de proteção e livre orientação sexual.
Rafael Ventimiglia, Coordenador de proteção e livre orientação sexual. |
Foi lançado também um
banner do evento com a campanha: “Somos uma família. O nosso amor é IGUAL ao
seu”, contando com a presença do Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, entidades
e a Comunidade LGBT. Ainda teve programação com música eletrônica após o
encerramento das atividades.
Outras ações serão
realizadas ao longo do ano, iluminando cada monumento na cidade, em uma data
comemorativa em alusão a uma conquista do movimento LGBT. O dia marcou a
visibilidade lésbica, mas a intenção é fazer a sociedade olhar com naturalidade
e valor da causa do segmento como um todo.
Histórico:
O Dia Nacional da
Visibilidade Lésbica foi instituído após o I Seminário Nacional de Lésbicas
(Senale), realizado no Rio de Janeiro em 29 de agosto de 1996, e ontem
completou 18 anos. O seminário foi a primeira reunião entre mulheres, que
debateram questões específicas do segmento LGBT e denunciaram o preconceito e a
violência contra mulheres, homossexuais e bissexuais em cada região do País.
Marcando a inclusão
das mulheres lésbicas na pauta de compromisso do movimento homossexual, a letra
“L” foi inclusa na sigla que designa o conjunto de orientações sexuais, agora
chamada LGBT.
Segundo informações
do portal de Direitos Humanos, o Relatório sobre Violência
Homofóbica-Lesbofóbica no Brasil, de 2012, “mostra que 37,59% das vítimas que
se declararam homossexuais são lésbicas. Essa violência muitas vezes é ‘invisível’
e as mulheres que passam por isso, em sua maior parte, são vítimas de um
machismo extremado, manifestado em violências das mais diversas (simbólica,
moral, física, institucional, entre outras).”.
Toda
maneira de amar, com respeito e responsabilidade vale a pena!
Serviço:
Disque Direitos
Humanos: 100 / Central de Atendimento a Mulher: 180 /
ALESSA – Associação
de livre escolha de Ananindeua: (91) 8081-2405
Texto e foto:
Emanuele Corrêa
Revisão: Erica
Marques
Edição:
Juliana Theodoro.
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