sábado, 30 de agosto de 2014

29 de agosto: Dia nacional da visibilidade lésbica

Sexta-feira, 29, foi o dia nacional da visibilidade lésbica e Belém se integrou às demais capitais brasileiras que ofereceram programação especial em alusão à data.
Organizado pelo projeto “Luz da Diversidade”, do movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) do Pará, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça de Direitos Humanos (Sejudh) e outras instituições, o evento aconteceu na praça da caixa d’agua de ferro, no bairro de São Brás.
Durante a programação foram disponibilizados testes gratuitos de HIV e de Hepatites B e C. Os testes aconteciam de maneira rápida e no caso do teste do HIV, dois procedimentos foram adotados. O primeiro era o teste tradicional, onde se fura o dedo da pessoa e usa-se o sangue coletado para a testagem. O outro procedimento é o de fluído oral, feito com o auxilio de um kit, que contém um bastão, uma bandeja coletora e duas soluções; caso no teste apareça uma linha rosa, o resultado é negativo, se aparecerem duas linhas cor de rosa, o teste é positivo para HIV.
“Hoje a Associação de livre escolha de Ananindeua (ALESSA), por meio do projeto ‘Viva melhor sabendo’, vem fazendo a testagem do HIV e, dentro da visibilidade lésbica, há a orientação às lésbicas, discutindo a prevenção, etc. Há também o projeto ‘meninas da noite’ e o ‘caravana da diversidade’, onde assistimos filmes e depois discutimos a temática”, pontuou Heloisa Freitas, coordenadora da Associação de Livre Escolha Sexual de Ananindeua.
Heloisa Freitas, coordenadora da Associação de livre
escolha sexual de Ananindeua, ALESSA.
Ao longo da programação foram disponibilizados 40 kits de testes com o resultado após 15 minutos, e com encaminhamento imediato a Casa dia, caso a pessoa apresentasse, no teste, um resultado positivo para o HIV. A partir de dezembro deste ano, este kit estará disponível a venda nas farmácias, podendo, assim, ser realizado periodicamente em casa.



Caixa d’água de ferro iluminada com
as cores da bandeira LGBT.
Para chamar atenção da população à causa do movimento LGTB, a caixa d’água de ferro foi iluminada, permanecendo colorida a noite toda com as cores do arco-íris, que representa a bandeira do movimento LGBT. “Essa ação visa chamar atenção da população para homofobia sofrida pelas mulheres lésbicas e bissexuais, que é diferente da sofrida por gays, travestis. A violência com elas acontece, principalmente, por meio do ‘estupro corretivo’, pois o agressor acha que fazendo isso vai transformá-la em hétero. Nós buscamos a equidade e é importante que neste dia tenhamos a atenção para elas, que são vitimadas por serem mulheres e por serem lésbicas / bissexuais. Queremos combater a violência”, disse Rafael Ventimiglia, coordenador de proteção e livre orientação sexual.
Rafael Ventimiglia, Coordenador de proteção
e livre orientação sexual.
Foi lançado também um banner do evento com a campanha: “Somos uma família. O nosso amor é IGUAL ao seu”, contando com a presença do Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, entidades e a Comunidade LGBT. Ainda teve programação com música eletrônica após o encerramento das atividades.
Outras ações serão realizadas ao longo do ano, iluminando cada monumento na cidade, em uma data comemorativa em alusão a uma conquista do movimento LGBT. O dia marcou a visibilidade lésbica, mas a intenção é fazer a sociedade olhar com naturalidade e valor da causa do segmento como um todo.
Histórico:
O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica foi instituído após o I Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), realizado no Rio de Janeiro em 29 de agosto de 1996, e ontem completou 18 anos. O seminário foi a primeira reunião entre mulheres, que debateram questões específicas do segmento LGBT e denunciaram o preconceito e a violência contra mulheres, homossexuais e bissexuais em cada região do País.
Marcando a inclusão das mulheres lésbicas na pauta de compromisso do movimento homossexual, a letra “L” foi inclusa na sigla que designa o conjunto de orientações sexuais, agora chamada LGBT.
Segundo informações do portal de Direitos Humanos, o Relatório sobre Violência Homofóbica-Lesbofóbica no Brasil, de 2012, “mostra que 37,59% das vítimas que se declararam homossexuais são lésbicas. Essa violência muitas vezes é ‘invisível’ e as mulheres que passam por isso, em sua maior parte, são vítimas de um machismo extremado, manifestado em violências das mais diversas (simbólica, moral, física, institucional, entre outras).”.

Toda maneira de amar, com respeito e responsabilidade vale a pena!


Serviço:
Disque Direitos Humanos: 100 / Central de Atendimento a Mulher: 180 /
ALESSA – Associação de livre escolha de Ananindeua: (91) 8081-2405

Texto e foto: Emanuele Corrêa
Revisão: Erica Marques
Edição: Juliana Theodoro.

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