Osga 2012 - A noite é uma metalinguagem!

Noite de brilhar - Iniciava-se o Osga (Juliana Theodoro/Apocalípticos)

                                                                                      

O Cine Olympia viveu uma noite digna de tapete vermelho: o Osga, Festival de Vídeos Universitários, iniciara. As pessoas que estiveram presentes no evento entenderam que cada filme falou por si e que deixaram os seus recados. Os novos talentos do audiovisual paraense sabem exatamente o que fazem!

O evento ocorreu no sábado, 26 de maio, e teve início às 20h. O Olympia lotou e todos estavam ansiosos para conhecer quais seriam as grandes estrelas da noite.

A noite começou com as exibições dos 09 curtas finalistas dentre 04 instituições de ensino superior inscritas (Unama, UFPA, Cesupa e Iesam).

Quem abriu o festival foi “Paralelo”, dos graduandos da UFPA, e quem encerrou, com o belíssimo curta, foi “Tecnicolor”, dos alunos da Unama.

A premiação começou com o Maior Mico, Susane Ohana (Curta – Telemarketing), passou pelo Melhor Figurino, de Manuella Gonçalves (Curta - Paralelo), a Melhor Fotografia, de Victor Carreira (Paralelo), a Melhor Edição, de Victor Lopes (Paralelo), entre outros. E a estatueta tão esperada da noite, a de melhor curta, foi para Rodrigo Donza, diretor de Tecnicolor. Ele e sua equipe foram ovacionados de pé.

Confira a entrevista exclusiva dada por Rodrigo aos Apocalípticos.

Rodrigo Donza, vencedor da estatueta do Osga
de melhor Curta universitário e Direção
(Juliana Theodoro/Os Apocalípticos)

Conversamos com Rodrigo Donza, vencedor da estatueta do Osga de melhor Curta universitário e Direção. Ele nos contou um pouco da experiência que foi trabalhar no curta e a emoção que envolveu o processo de criação e execução. Em noite de premiação, os Apocalípticos não poderiam deixar de falar do grande premiado da noite, Tecnicolor (Rubião Produções).

Apocalípticos: Qual foi o grande desafio de se fazer este curta e a expectativa em torno da premiação?

Rodrigo: Foi uma produção muito difícil. Nós tivemos dificuldade no roteiro e na gravação das cenas - principalmente as externas, devido terem sido feitas em ruas, o que poderia ser muito perigoso -, mas sempre fomos com o intuito de “nós vamos ganhar, nós vamos ganhar” e fizemos um curta diferente, algo meio publicitário. Mas ainda achávamos que o nosso curta não estava tudo aquilo que se podia esperar e fazer, só que depois bateu aquela sensação de que tudo daria certo e deu. Então foi mais do que queríamos. Foi inesperado, mas foi incrível, sensacional e gratificante.

Apocalípticos: E a ideia? Nós acompanhamos. O curta veio com um enredo, uma história que envolveu a quem assistiu e aos jurados, tanto que a decisão foi unânime: 20 jurados, 20 votos favoráveis. O filme é bonito e tem sensibilidade. Como nasceu essa ideia?

Rodrigo: Nós sempre quisemos um filme que refletisse o que as pessoas vivem, tivesse uma linguagem informal, a qual aproximasse realmente o público. Então, a ideia do filme, desde o início, foi identificação. O roteiro foi meu, mas, é claro, com ajuda dos amigos, investimos na narração, que tinha algumas piadinhas, justamente com a ideia de aproximação. O tema, “incompletude”, aquela história pela qual todo mundo passa, mas que no final daria uma esperança a quem assistiu de que há a possibilidade de encontrar uma maneira de colorir a sua vida, que um dia você vai se colorir.

Apocalípticos: O blog dos Apocalípticos parabeniza a equipe da Rubião Produções pela sua vitória com o curta Tecnicolor, pois, em noite de curtas geniais, vocês foram merecedores da estatueta do Osga. Continuem brilhando e que venham mais e mais produções.

Rodrigo: Obrigado aos Apocalípticos, obrigado a todos que colaboraram e acreditaram. Enfim, muito obrigado!

Ana Prado - Coordenadora do Curso de
Comunicação Social da Universidade da Amazônia (Unama)
(Juliana Theodoro/ Os Apocalípticos)

A noite continuava perfeita!

Na noite de curtas brilhantes, conversamos com a Coordenadora do Curso de Comunicação Social da Unama, Ana Prado. Ela nos falou um pouco sobre o Osga, da inciativa e da importância da abertura à participação de outras instituições de ensino superior no evento, falou-nos ainda a respeito do atual cenário de produção audiovisual acadêmico que Belém tem e das expectativas que o Osga 2013 já vem gerando.

Apocalípticos: O que é o Festival de Vídeo Universitário (Osga) e qual a importância dele existir e agora abrir suas portas para os alunos das demais universidades participarem desse universo, que é o de produzir um curta?

Ana Prado: Para nós, que estamos na coordenação do curso há algum tempo, este projeto nasceu como trabalhos finais de algumas disciplinas, na área de produção de vídeo, de produção gráfica. Isso foi crescendo ao longo dos anos e tomou essa proporção de Festival de Vídeos Universitários. Então, para nós do Curso de Comunicação, é muito interessante, pois primeiro vemos todos envolvidos, tanto as pessoas do nosso curso da Unama e agora das outras instituições de ensino superior. Esse é o indicativo de que esse caminho de apostar nos novos talentos, de incentivar e proporcionar condições para que seja produzido algo interessante no audiovisual, é o caminho certo.

Este ano, quando o festival abriu para a participação de outras instituições, nós vimos que a ideia cresceu e vieram trabalhos maravilhosos, amadurecidos, e vemos que é isso que está faltando. Há muitos talentos por aí, apenas precisando de um espaço para poder mostrar que pode ser feito um trabalho de qualidade. Então, para nós, não só como Universidade da Amazônia, mas como Coordenação do curso, como professora, como cinéfila e pessoa que apoia o audiovisual, achamos que significa muito e que existe, sim, uma massa crítica, uma massa de talentos precisando de espaço para produzir e divulgar. Então que o Osga cresça... Já está além dos muros da Universidade da Amazônia e isso de interagir com todo mundo que faz Comunicação aqui em Belém, no Pará, cresce, faz a Unama crescer e, no final, todo mundo cresce.

A alegria é imensa de ver tudo dando certo, e todos trabalhando juntos, e essa energia é muito legal e não pode se perder e as produções, por serem tão boas, deveriam ir a Festivais Nacionais.

Então, o meu recado é: mandem seus trabalhos para o Guarnicê (um dos tradicionais festivais de cinema e vídeos no Brasil criado em 1977).

Apocalípticos: Qual a grande mensagem que esta noite deixa, que a organização do Osga passa aos futuros acadêmicos, que virão com novos trabalhos em 2013 e o que se esperar para o ano que vem?

Ana Prado: Primeiramente, o caminho é este, está dada a oportunidade: o Osga abriu as suas portas para todo mundo e o Festival este ano, com o nível dos curtas que tivemos aqui, só nos faz pensar que ano que vem virá algo muito melhor, pois as pessoas têm mais espaço para pensarem. As perspectivas são as melhores para que essas ideias sejam aplicadas. Fica a experiência e fica a expectativa de que o Festival seja maior ainda ano que vem.

 Renato Nogueira (Unama), o idealizador do Festival Osga           

E tudo isso foi comprovado nas sábias palavras de Renato Nogueira:

“O que começou como uma brincadeira dos alunos, algo que seria complementar às avaliações, transformamos em provas e os alunos abraçaram a ideia. Quando vimos já estávamos no segundo, terceiro, quarto ano de Osga e hoje, pelo 8º ano, estamos realizando o festival que agora é recebido no Cine Olympia.

Aguardamos as novas edições e agradecemos muito à Unama, pois o diferencial deste ano é termos aberto as portas aos alunos das demais universidades. É maravilhoso tudo isso e estamos orgulhosos com tantos trabalhos incríveis. “ – Renato Nogueira. (Realizador do Osga).

Agora, confira os três melhores Curtas premiados!

1º lugar - Tecnicolor

Osga de Melhor Divulgação / Osga de Melhor Cartaz / Osga de Melhor Direção: Rodrigo Donza / Osga de Melhor Curta.

Sinopse: “Eles nem se conhecem, não sabem da vida um do outro, mas algo os aproxima: o cinema. Se, no cotidiano, Luiz e Fernanda vivem a mesma sensação de incompletude do ser, no final do dia seguem religiosamente o mesmo roteiro. É na sala escura do cinema que a vida deles ganha cor”.

2º lugar - Paralelo

Osga de Melhor Figurino: Manoela Gonçalves / Osga de Melhor Fotografia: Victor Carreira / Osga de Melhor Atriz: Anne Beatriz / Osga de Melhor Edição: Victor Lopes.

Sinopse: “Uma garota acorda em um espaço indefinido, um nada infinito, sem saber como ou quando chegou ali. Confusa e angustiada, ela irá reconstruir seus passos através de flashes de memória, em busca de uma solução para esse mistério, seguindo em uma jornada pelos rumos tomados em sua vida, enquanto uma misteriosa presença a acompanha de perto… prestes a fazer contato.”.

3º lugar - Papillon

Osga de Melhores Efeitos Especiais / Osga de Melhor Desenho de Som / Osga de Melhor Ator: Daniel Cardoso / Osga de Melhor Roteiro: Daniel Cardoso.

Sinopse: “A vida tranquila de Felipe e Sofia muda quando Felipe começa a agir de forma estranha, vendo coisas que aparentemente não existem. Ele então chega ao seu limite e Sofia se vê obrigada a interná-lo em um hospício. Triste e sem saber o que fazer, ela fará de tudo para ficar perto do seu amado, mesmo que para isso tenha que entrar no mundo dele.”.

              E o Selo de Atitude Apocalíptica vai para...

                                                                                      Juliana Theodoro/Apocalípticos

Equipe Paralelo (UFPA)

O selo de Atitude Apocalíptica é o nosso reconhecimento a uma atitude louvável, que represente o que é ser Apocalíptico, que seja o diferencial, dentre outras atitudes.
         A equipe do curta “Paralelo” (Ver-o-take) recebe o selo de Atitude Apocalíptica desta noite (o primeiro do blog), pois, no ato da premiação, quando o nome do “Tecnicolor” foi anunciado como vencedor, todos os participantes do “Paralelo” aplaudiram de pé, estimulando os demais presentes a fazer o mesmo.

Texto de Emanuele Corrêa