quarta-feira, 13 de junho de 2012

A sinestesia do Compositor das Américas

                                                                                                                                                                                 Foto: Emanuele Corrêa
         Um local onde se usam todos os cinco sentidos para apreciar e conhecer nada mais nada menos que Heitor Villa-Lobos, também conhecido como Compositor das Américas.
          Não, não estou falando do Museu Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Falo da “Exposição Viva-Villa! Pelo Brasil!”, que está aberta à visitação na Estação das Docas, Belém do Pará, até o dia 20 de junho. Um evento que nossa equipe não poderia deixar de lado.
        Tudo começou no Rio de Janeiro, em 2001. Documentos, fotos, filmes DVDs e VHSs não eram mais expostos ao público no Museu Villa Lobos devido aos danos das peças, foi aí que perceberam que estava mais do que na hora de começar um processo de recuperação do acervo. A partir daí, descobriram arquivos inéditos do maestro e decidiram montar essa exposição que chegou aqui, em nossa capital.
        Inaugurada no dia 24 de maio, a “Exposição Viva-Villa! Pelo Brasil!” já atraiu milhares de visitantes e é um show de sinestesia. Você lê, vê, escuta e assiste a diversos materiais que vão construindo a história do artista ao longo do caminho.
        Para entrar, não precisa pagar nada, é só assinar uma lista informando nome e cidade de origem (e até nisso nossa equipe foi apocalíptica: a cinegrafista da vez, Emanuele Corrêa, assinou como visitante de número 4000, mas não, não caíram balões e confeites para comemorar!). Nesta exposição, você pode usufruir de um sistema de monitoramento realizado aqui no Pará por participantes da Fundação Carlos Gomes.
                                                                                                                                      Foto: Emanuele Corrêa
           A primeira coisa que se vê é um painel no qual o visitante se situa no contexto histórico em que Villa-Lobos nasceu. Porém, o mais interessante é o cuidado visual que se teve ao criar o painel. Por quê? Preste atenção nas sombras dos círculos que contém as datas: simbolicamente elas formam notas na partitura do painel. 
          E essa é apenas a primeira de muitas simbologias visuais que você vai ver!
                                                                                                                                                                                  Foto: Emanuele Corrêa
        Por exemplo, estávamos acompanhando a sequência histórica da vida de Villa-Lobos quando, de repente, chegamos em frente a um espaço no qual iríamos fazer um pequeno “desvio de percurso”: conheceríamos, agora, um pouco da Semana Moderna de 22, ou como a forma do espaço sugere e o monitor Daniel Lima, estudante de Bacharelado em Violino do convênio FCG/UEPA, observou: fazer um pequeno “parêntese”. 
                                                                                                                                                                                    Foto: Tarcízio Macêdo
        O que mais se destaca na exposição é o Trenzinho Caipira, uma instalação magnífica homônima de uma das músicas mais conhecidas de Villa-Lobos. Esse trem é composto de 4 vagões nomeados por alguns lugares que a música do maestro passou e marcou. Eles são: Sertão, Paris, Amazônia/Brasil e América. Cada vagão tem um design diferente e os visitantes podem sentar no local e ver a jornada do Compositor das Américas.                                                                             O espaço é também um local para relaxar e aproveitar como lazer, tanto em família, como a Beatriz Coelho, de 8 anos, que levou a avó, Cândida, quanto sozinho, como fez Raimundo Amador de Oliveira, que estava lá comemorando seu aniversário de 79 anos. “Se não podia ser na minha casa, preferi vir pra cá”, disse.
       “E qual é a importância disso tudo?”, você pode estar se perguntando. É importante porque é conhecer a nossa realidade e cultura através da expressão artística de Villa-Lobos. Até porque “a música, como a gente sabe, desenvolve o potencial da pessoa em nível geral”, como disse a professora de música da Universidade da Amazônia (UNAMA), que levou também a família.
       Não perca a chance de visitar esse evento. Se já conhece Villa-Lobos, visite para apreciar e conhecer ainda mais. Se ainda não conhece, está esperando o quê?
      A visitação fica aberta de 12h às 21h, no Armazém 3 da Estação das Docas até o dia 20 de junho. Entrada franca.
         Ah, nas quartas-feiras, rola também uma apresentação musical lá. Vale a pena conferir!
                                                                                                                 Texto de Alice Martins Morais

2 comentários :

  1. Adorei as coisas da exposição. Taí uma ótima dica de passeio.

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    1. Um ótimo passei por sinal, fonte de diversão e conhecimento.

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