quinta-feira, 30 de maio de 2013

Trabalho voluntário ajuda animais abandonados

No início do mês, um fato ocorrido no Rio Grande do Sul chocou o país: um poodle foi agredido por aproximadamente uma hora por sua dona e o filho dela, menor de idade.  Em janeiro do ano passado, no estado de Goiás, uma enfermeira de 22 anos foi acusada de espancar até a morte seu yorkshire. Em Belém a situação não é muito diferente. Apesar de não alcançar repercussão nacional, os casos de maus tratos e abandono de animais são bastante comuns na capital.  A prefeitura não possuiu um número absoluto da quantidade de animais nas ruas, mas não é preciso ir muito longe para perceber que a situação da população canina e felina abandonada é preocupante. Para tentar reverter essa situação, associações de proteção aos animais têm ganhado força na capital paraense.
Cachorrinho disponível para adoção na Feira de Adoção da ASDEPA na Praça da República.
     
Com objetivo de resgatar animais abandonados, pessoas têm se unido para ampliar o alcance do trabalho, foi assim que surgiu a Asdepa (Associação de Defesa e Proteção Animal). “A ideia era unir pessoas que já cuidavam de animais abandonados individualmente; essas pessoas se juntaram para dividir os custos, dividir os esforços, ajudar amplamente umas as outras”, explica Daniel Costa, presidente da Asdepa. A associação surgiu em 2007 e, segundo Daniel, já deve ter ajudado mais de 1000 animais. A maioria chega doente, com verminoses, viroses, bicheiras, além de desnutrição e desidratação, e esses custos com tratamentos veterinários e alimentação saem do bolso dos próprios voluntários e de doações de pessoas que recebem penas alternativas do juizado de meio ambiente.

Com o pensamento de construir um abrigo, hoje a Asdepa conta com uma casa alugada e as residências dos voluntários como lares temporários para os cães e gatos resgatados. A educadora Suely acolhe 5 gatinhos em casa – ela os encontrou na rua – e diz que é difícil custear os felinos sem nenhuma ajuda, “mas eu não vou abandonar de jeito nenhum, vou fazendo como posso”.

Outra família que também acolheu um animalzinho de rua foi a Lobato. Depois de resgatar um filhotinho de gato que tentava atravessar uma avenida movimentada, a enfermeira Simone Lobato resolveu adotá-lo. “Eu me sensibilizei pelo gatinho, levei para casa. O nome dele é Frederico. É brincalhão, parece uma criança. E o meu pai, que faz tratamento para depressão, tem se apegado a ele. O Fred tem sido uma distração, um ânimo a mais”, destaca os benefícios da adoção.

A internet tem sido outra grande aliada dos simpatizantes de animais com páginas voltadas à orientação, ajuda e, principalmente, à divulgação de animais abandonados para adoção. O trabalho das associações tem alcançado um maior número de pessoas, e esse é o caso da AABP (Adoção de Animais em Belém – Pará). “Somos três administradoras que gerenciamos a página, publicamos, respondemos mensagens e e-mails. Divulgamos animais resgatados por voluntários, pedidos de resgate, textos de conscientização, entre outros. Nós também fazemos resgates sempre que possível. Não temos sede, então os animais ficam em nossas casas”, explica Keila Valente, estudante e administradora da página da AABP no Facebook.

A Asdepa e AABP, junto com outras organizações pró-animais, realizam feiras de adoção a cada quinze dias na Praça da República. Para adotar um animalzinho, é preciso levar RG e comprovante de residência, mas não só isso: “É preciso de espaço em casa, ter a concordância das outras pessoas que moram na casa, tempo para cuidar, ter recursos para comprar ração, remédios e se comprometer com a castração”, destaca Daniel Costa.
     
Uma das maiores campanhas das associações de proteção de animais é a favor da castração, segundo a ONG Probem (Associação de Proteção e Bem Estar Animal) uma gata pode dar a luz a 100 mil filhotes antes dos 10 anos de idade. “A castração é a única maneira humanitária de controle populacional e é benéfica para o próprio animal castrado. O macho, por exemplo, vai ficar mais calmo e vai ter menos vontade de fugir para cruzar – e são nessas fugas que eles são atropelados, brigam, são apedrejados, comem veneno – então, indiretamente, ele vai ganhar uma vida mais longa. Já a fêmea, não terá mais tumores ligados ao aparelho reprodutor ou câncer de mama”, diz Daniel.
     
Os casos de maus tratos ou abandono devem ser denunciados a Dema (Delegacia de Meio Ambiente), localizada na Rodovia Augusto Montenegro, Km 1, nº 155. Será necessário fornecer o endereço e nome do responsável pelo animal, além de, preferencialmente, apresentar provas dos maus tratos, como fotos, vídeos e/ou testemunhas.

Para mais informações, curtam as páginas do facebook da AABP e da Asdepa.

Texto e foto: Juliana Theodoro
Revisão: Erica Marques
Edição: George Miranda

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