A paixão que os torcedores têm pelo seu
time é algo quase indescritível quando vemos sua demonstração nos jogos por
meio de faixas, hinos, expressões e incentivos durante a partida. No futebol
paraense, tivemos recentemente essas demonstrações.
Uma delas foi quando os torcedores do
Paysandu deram todo o seu apoio ao time com a derrota contra o Naviraiense
(MT), em uma das rodadas da Copa do Brasil. Os bicolores ainda aguardam esperançosos
a volta do time à competição. Outra prova de amor com seu time são os azulinos
que não deixam de usar a camisa, comentar cada jogo e acompanhar ansiosamente a
possibilidade do Remo obter uma vaga na série D.
Esses exemplos mostram o quanto os
amantes do futebol levam a sério o seu papel de torcedores. Uma de suas
atitudes que vem chamando a atenção ultimamente, tanto de quem gosta quanto de quem não gosta de
futebol, são as discussões é a discussão na Internet de determinados times,
seja em páginas oficias ou de puro entretenimento, em que se ironiza o time
oposto. O que se pode ver também é como em dia de jogo, e após ele, os
comentários aumentam, virando às vezes Trending
Topics (assuntos mais comentados) no Twitter e postagens
incessantes no Facebook.
Muitos torcedores, sejam eles do Remo
ou do Paysandu, utilizam seus perfis nas redes sociais para comentar sobre o
jogo, utilizando isso como uma maneira de expressar sua emoção ao assisti-lo e,
claro, não deixando de fazer piadas ao time adversário. Michel Moura, torcedor
do Paysandu, vai de vez em quando ao estádio, mas não deixa de postar algo:
“Vou ao estádio de vez em quando, mas sempre coloco no Facebook alguma
encarnação. E acredito que se não tivesse essa rivalidade não seria legal, pois
isso é coisa de torcida, não somente de postagens para irritar as outras
pessoas”, diz.
Essas publicações excessivas sobre o
jogo são umas das coisas mais prazerosas para esses torcedores: “Porque o melhor
mesmo é no dia seguinte, as encarnações nos amigos do time rival através das
redes sociais. Sempre posto em Facebook e Twitter, sei que incomodo muita
gente. Mas fazer o que? É paixão!”, fala Fabrício Bordalo, remista que se
considera torcedor fanático.
Fabrício Bordalo, torcedor fanático do Remo. |
Percebendo a proporção em que chegaram as
discussões e brincadeiras entre torcedores, é importante que o respeito ao
próximo jamais seja deixado de lado. Os limites devem ser considerados para
preservar a integridade não somente de quem vai assistir ao jogo, mas também
dos torcedores que estão em casa conectados, acessando seus perfis nas redes
sociais, um espaço onde sua opinião e sua vida são expostas numa dimensão muito
maior. “Encarnação e rivalidade no futebol sempre vão existir. Sei meu limite e
dos meus amigos, mesmo assim acabo me empolgando e extrapolando um pouco. Vai
da cabeça de cada um. Hoje em dia reina um pouco mais de paz dentro de campo e
nas redes sociais, mas pode melhorar”, afirma Fabrício.
André Renato aproveitou o último jogo do Paysandu
contra o Paragominas, no dia 19 de Maio na final do Campeonato Paraense e levou a namorada ao Estádio do Mangueirão para ver a vitória do
seu time por 3 a 1. "Em dias de jogo do Paysandu meu comportamento muda
por conta da ansiedade que gira em torno da partida. Vou quando posso ao
estádio, mas quando não posso, nas redes sociais, gosto muito de fazer algumas
publicações sobre meu time, bem como comentar e debater com outros usuários, o
que ajuda a conter os ânimos de vez em quando. É um meio comum de tentar manter
minha tranquilidade", disse.
Renato Souza e Stéphanie Aviz, na final do campeonato paraense. |
Não importa para qual time você torça,
quantas vezes você publica sobre ele, jamais deve ser esquecido que o esporte é
uma diversão, um lazer na vida de cada torcedor brasileiro e não um meio de
atacar as pessoas que tem gosto contrário ao seu. Que todos esses tipos de
expressões sejam uma forma de mostrar o amor pelo seu time, pelo seu estado,
sempre respeitando todos.
Texto
de Erica Marques
Revisão
de Laís Cardoso
Edição
de Emanuele Corrêa
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