quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Estudantes pela Educação

                                                  Foto: Laís Cardoso
A estudante Vitória Cordovil reivindica melhorias na educação 
           “Acorda, sociedade, educação é prioridade”. Assim eram os gritos na tarde desta quarta-feira, 29 de agosto, pelos sinais da Avenida Presidente Vargas em Belém. Alunos da UFPA e de Institutos Federais mobilizaram-se num ATO PELA EDUCAÇÃO, cuja intenção era alertar a população sobre o descaso com a educação.
          Com apitos e cartazes, os estudantes manifestaram seu apoio à greve dos professores federais que há três meses continua sem acordo. Nesta quinta-feira, dia 30, os professores decidiram manter a greve; o governo já decretou o fim das negociações. Embora a paralisação das atividades deixe em aberto a situação do calendário acadêmico, os formandos reconhecem a luta e fazem questão de mostrar à população que não só apoiam como integram a greve, a falta de assistência estudantil pelo governo é um dos principais pontos defendidos. Com dizeres como: “A greve também é nossa” e “Dilma queremos lhe lembrar que também somos eleitores! Somos milhares”, seus cartazes tinham a intenção de “forçar” uma negociação e chamar a atenção da presidente Dilma que, coincidentemente, estava em um Congresso de Contabilidade na capital.
        O ATO PELA EDUCAÇÃO aconteceu sexta-feira, dia 24, em 12 capitais do país, todos relacionados à greve e à valorização dos docentes. Os estudantes acreditam que esta não é só uma luta pela educação, como disse o estudante do oitavo semestre do curso de Medicina da UFPA, Gabriel Andrade: “As universidades sofrem com o processo de sucateamento que tem mais de vinte anos, desde que a gente voltou a ser uma democracia. Este é um ato que pede por melhorias na educação e em tecnologia, não só física, como humana”.
              A atual greve dos professores é uma das mais importantes do Brasil: 100% das universidades federais brasileiras aderiram à paralisação, um total de 59 instituições. Pela força que teve, impulsionou várias outras greves no país, mais de 20 categorias de servidores públicos estagnaram suas atividades.
                                                  Foto: Laís Cardoso 
Cartazes lembram a presidente Dilma da importância dos estudantes
            A maioria da população não vive a realidade das universidades, cerca de 5% de seu total cursa o ensino superior, uma quantidade bem pequena. A importância desse ato consiste em divulgar e conscientizar a população de que somente com a valorização da educação e do professor é que haverá um ensino público de qualidade.
            “Muitas das vezes a gente discute a greve dentro do viés dos professores, mas também é importante discutir dentro do viés de estudante. O que nós temos que reivindicar para melhorar nossa condição de vida acadêmica?” diz Anderson, aluno do curso de Psicologia da UFPA.
              As principais reivindicações dos docentes são o reajuste salarial, a redução e facilitação do acesso aos níveis de carreira. Já o governo, ao tentar se justificar, diz que não têm verba para atender ao reclamo dos professores. No entanto, a realidade é outra: a mudança no plano de carreira implicará no modelo de universidade empregado – modelo privatista – onde cada vez menos alunos podem realizar pesquisas e projetos de extensão por falta de estrutura dentro das instituições. O processo de mobilização dos estudantes aconteceu através das redes sociais e da divulgação dentro das universidades e cursinhos pré-vestibulares. No momento do ato poucas pessoas apareceram, mas isso não tirou a força dos que ali estavam. A causa era muito nobre e totalmente independente de contingentes.
            É necessário compreender a importância de um ato como este e, além disso, participar, pois não será por decreto que iremos conseguir melhoras para a nossa universidade, e sim através da ampliação de idéias como a que foi abordada no ATO PELA EDUCAÇÃO. Assim, com os cidadãos convencidos dos seus diretos cívicos, a realidade será outra!
                                                                                                                         Texto de Beatriz Santos
                                   Equipe                                
Laís Cardoso
Lidia Saito
Revisão: Laís Cardoso
Edição: Juliana Theodoro

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