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Foto: João Loureiro |
Na manhã desta quinta-feira 31 de janeiro, Ádria Azevedo, 32 anos, psicóloga e estudante do curso de jornalismo da UFPA, por pouco não foi atingida por um ventilador que desabou do teto durante a aula de Teorias da Comunicação. Segundo testemunhas, esse problema é comum dentro dos blocos do campus básico da universidade.
Há muitos anos a Universidade Federal do Pará vem enfrentando sérios problemas estruturais, seja pela facilidade de acesso que potencializa atos criminosos, como pela precária estrutura de seus prédios.
Há muitos anos a Universidade Federal do Pará vem enfrentando sérios problemas estruturais, seja pela facilidade de acesso que potencializa atos criminosos, como pela precária estrutura de seus prédios.
Dentre
os fatores que compõe a extensa lista de reclamações dos alunos está a precariedade
estrutural das salas de aula. Segundo o relato da universitária o acidente foi ocasionado,
também, por outro problema: a baixa qualidade de refrigeração das salas. “Eu
sentei perto do ventilador por estar calor dentro da sala, de repente eu só ouço
um barulho e vejo o ventilador jogado no chão com as palhetas ainda girando aos
meus pés. Felizmente não me aconteceu nada de grave, mas o susto foi grande”. O
problema é antigo e outros acidentes como este já aconteceram, é o que afirma Lidyane
Albin, 29, também estudante de jornalismo, “outro dia foi parte do forro de uma
sala no bloco G que desabou sobre a cabeça das pessoas” desabafa a estudante
indignada com a situação.
Segundo
Valdenir Sarmento, coordenador do CPGA (Coordenação de Planejamento, Gestão e
Avaliação) e responsável pela manutenção das salas do bloco F onde o incidente
aconteceu, esses problemas são consequência do desgaste dos aparelhos de
ventilação do local “esses ventiladores já estão aí desde o início da minha
gestão que já faz quatro anos e, para piorar a situação o material usado para
sustentação do forro é altamente corrosivo, o que acaba contribuindo para
oxidação desses aparelhos”. Além disso, a universidade conta com apenas uma
empresa de manutenção de refrigeração para todos os campis do estado do Pará. O que certamente influencia na fiscalização
ineficaz dos refrigeradores, ocasionando problemas de naturezas diversas. Devido
ao encerramento do contrato, no momento, a instituição encontra-se sem
responsáveis por essa manutenção. “Por enquanto estamos tomando medidas
paliativas, o que eu posso fazer nesse caso é tomar uma medida emergencial que
é mandar retirar todos os ventiladores de dentro das salas para evitar que
novos acidentes ocorram” frisa o coordenador.
Resta-nos
cobrar da Universidade a distribuição e aplicação adequadas das verbas que lhe
são destinadas, para que acidentes como estes sejam evitados. Para uma
instituição como a UFPA, considerada uma das melhores do país e onde circulam
cerca de 50.000 pessoas todos os dias, preservar a integridade física dos estudantes
e funcionários é o mínimo a ser garantido.
A seguir, confira o registro sobre o caso e o depoimento da aluna Ádria Azevedo:
A seguir, confira o registro sobre o caso e o depoimento da aluna Ádria Azevedo:
Texto de Beatriz dos Santos e Lais Cardoso
Edição Juliana Theodoro